Os 6 obstáculos para criar conteúdo: porque é tão difícil começar, e o que pode ajudar a sair do zero.

Eu conheço muitos profissionais fora da curva, que possuem skills que a maioria dos profissionais de marketing pagaria caro para terem.

Dentro desse caminho, entende-se que criar conteúdo relevante é a melhor forma de se tornar (ou reforçar) autoridade dentro de um nicho de mercado.

A maioria dos profissionais que se considera de alto nível possuem uma aspiração: ter um infoproduto como fonte de renda e/ou se tornar autoridade no mercado (alcançando tickets mais altos).

Pessoas nesta condição estão se preparando para equilibrar três grandezas que um influenciador de nicho precisa: a paixão por compartilhar, a venda de conteúdo educativo e o status social.

Mas o primeiro passo para “se consagrar” uma autoridade é compartilhar muito deste conhecimento em forma conteúdo. O problema é que a maioria deles param por aí.

E eu estou na mesma pegada. Confesso: quero ser um dos melhores em estratégia de vendas e marketing digital, mas meu site foi lançado há quase quatro meses e eu só fiz dois posts.

Só que na semana passada aconteceu algo diferente que vai me forçar a criar este hábito: uma aposta ousada.

Cadência: Um blogpost por semana

Dores do conteúdo

Há uma semana atrás fiz uma aposta com uma amiga, a Suzana Pedrinho.

A aposta é muito simples:

  • Realizar um post de conteúdo relevante por semana em nossos blogs pessoais;
  • Postá-lo antes de quinta feira (23:59) da semana;
  • Se os dois postarem, ou os dois não postarem, nada acontece;
  • Se somente eu postar, ela me paga R$ 100,00;
  • O mesmo serve para ela;
  • Acertaremos o saldo no fim do ano;

 

Qual é a grandeza da aposta? É simples! Temos cerca de 25 semanas restantes no ano. Se eu não postar em nenhuma semana, e ela postar em todas, eu estarei devendo R$ 2.500,00 para ela no fim do ano.

Tanto eu quanto Suzana e temos muito conhecimento profissional para compartilhar. Também temos experiência em realizar treinamentos e mentorias. Porém, até hoje fizemos pouco isso em nossos próprios nome. Outra coisa em comum é que também temos um blog com o próprio nome para divulgar o nosso próprio conteúdo. E ainda sim não fazemos.

Pode parecer insano, mas essa aposta foi a mais saudável que eu fiz (calma lá, eu não sou de apostar dinheiro, gente). E não é pelos R$ 2,5 mil. Há muito mais do que dinheiro e jogo.

O valor real da aposta está simplesmente ser um empurrãozinho para criar um hábito que eu já venho me programando para ter há muito tempo: o hábito de criar conteúdo.

E pelo o que eu escuto de outros colegas, esta é uma dor comum em muitos profissionais que tem algo útil a compartilhar.

Por que começar a criar conteúdo é tão difícil?

Dificuldade em criar conteúdo

Quando pergunto para estas pessoas quais são as “travas” para a criação de conteúdo, as respostas são as mais variadas possíveis.

Em resumo, existe uma série de fatores que somam para jogar contra você criar conteúdo. Aqui está os principais que consegui extrair das conversas que tive (com os amigos e comigo mesmo).

Abaixo listo obstáculos mais frequentes:

É complicado definir a linha editorial

Tudo começa quando você fala: ok, agora eu vou criar conteúdo. Mas conteúdo sobre o quê?

Vamos supor que eu queria fazer conteúdos sobre marketing. Trata-se de uma área tão ampla, que naturalmente eu fico perdido ao elencar as prioridades. Ao mesmo tempo, se eu quiser falar de assunto específico (ex: e-mail marketing), fica aquela preocupação de acabar o assunto cedo de mais.

Falta prática em criar conteúdo, e não fica natural

Você pode optar tanto por priorizar como canal principal uma rede social, canal no YouTube, ou um blog pessoal. A dificuldade inicial será a mesma: a falta de familiaridade.

Caso seja um blog, as pessoas normalmente tem dificuldade para organizar as ideias e escrever de forma coerente. E aí vem de brinde possíveis bloqueios da época de escola ou faculdade. Em outras palavras, a pressão de manter um blog inicialmente pode parecer a mesma de escrever um TCC.

Se o canal envolve câmera, você corre o risco de não se identificar com a sua própria gravação, não parecer natural.

Existe o medo do conteúdo ser mais do mesmo

Um medo muito comum é que as horas gastas escrevendo ou gravando um conteúdo sejam perda de tempo, simplesmente porque o conteúdo é sobre um assunto batido.

Exemplo: Por que falar de inbound se o pessoal da Resultados Digitais (RD Station) já explorou até a última gota do assunto?

Surge o medo de não não ter frequência (cadência)

Outro problema bem comum é postergar o início, culpando imprevisibilidade do dia-a-dia.

Nós esperamos crescer na carreira, ascender profissionalmente e que nunca nos falte trabalho.

Isso nos faz pensar que é bem provável que mesmo tendo tempo agora, é bem provável que não haverá esse tempo disponível para manter cadência no futuro.

Existem outras prioridades, e falta uma arma na cabeça

Independente se você tem a própria empresa, se é freelancer ou se trabalha em um emprego regular, o fato é de que escrever conteúdo é algo que tem que vir de você. Ou seja, ninguém está te obrigando. E você sabe que se começar a escrever agora, dificilmente vai colher os frutos na semana que vem.

Então, na turbulência da semana, nós simplesmente temos mais coisa para fazer, e então decidimos dar energia somente para as tarefas que vão resolver problemas ou gerar ganhos a curto e médio prazo, além de apagar os incêndios.

O fato é que se você não dedicar aquelas horas para criar conteúdo, está tudo bem. Você não se sente prejudicado, se comparar com outras tarefas.

E o pior: o medo de ser um impostor / do que os outros vão pensar.

A “síndrome do impostor” é comum em pessoas que tem profundo conhecimento sobre uma área.

Isso nos congela completamente se somarmos às nossas preocupações com as opiniões dos outros. Afinal, temos um nome a zelar. Não podemos passar por ridículos de ter um erro de português em um blogpost, ou em desviar o olhar em um vídeo, ou piscar excessivamente. Correto?

Errado. Podemos sim:

Como sair da inércia e começar a criar conteúdo

Os 6 obstáculos para criar conteúdo: porque é tão difícil começar, e o que pode ajudar a sair do zero. 1

E você se identifica com algumas das dificuldades de criar conteúdo, bem vindo ao clube. Você está tão ferrado quanto eu (risos).

O fato é que não tem pra onde correr: a única forma de pegar um hábito é colocando a cara a tapa e fazendo o que é necessário. Executar mais e teorizar menos. Viver o momento presente, criar um rascunho, montar uma estrutura e começar a gravar/escrever.

Para todos os desafios acima, trago algumas ações que serão antídotos para dar os primeiros passos:

Defina um cronograma mínimo, mirando no longo prazo

O ideal é encontrar um equilíbrio para não “falar um pouquinho de tudo” e também não “falar muito sobre pouco”.

Mas a grande verdade, é que mesmo caso você fique nos dois extremos, isso não é um problema para resolver no início. O importante é definir um norte e seguir:

  • Caso os assuntos fiquem amplos demais, no meio do caminho você entenderá aquilo que faz mais sentido priorizar, pois a estratégia vai ficando mais madura;
  • E caso você fale sobre um assunto que fique escasso rápido, nada te impede de começar a falar sobre outro assunto.

Se os dois extremos têm saída, pra quê se preocupar tanto com esse dilema?

Em resumo: você raramente vai acertar a linha editorial de primeira, mas nada te impede de ajustá-la no caminho. Na verdade, você deve!

Traga os bastidores para o conteúdo

Quando falamos de conteúdo, temos a tendência em pensar em listas, tutoriais, conceitos base, ou até insights que levam à prática. Porém, escrever conteúdo sem contexto vai gerar um conteúdo “sem alma.”

Se você está “no batente”, tem a chance colocar “um toque próprio” no conteúdo que vai fazer ele ser único. Conte um caso, confesse um erro, explique sobre o processo, fale porquê você faz daquele jeito, mostre os resultados e a tendência é que este conteúdo sincero funcione melhor do que a média.

A verdade é que existem muitas pessoas que criam conteúdo sobre temas mas não vivenciam, e as pessoas acabam “sacando” isso uma hora ou outra. Contar os bastidores vai te diferenciar, e provar para as pessoas que você não é um desses caras, e ajudar a te afastar da síndrome do impostor.

Tenha “conteúdo na manga”

Tive o prazer de trabalhar com uma especialista em Social Media, Ana Luiza de Assis, e ela diz:

Não faz o menor sentido o padeiro ir para a padaria para fazer um pão só. O mesmo vale para conteúdo. Quando você tirar um tempo para criar um conteúdo, não faça só um, faça vários!

Manter cadência é difícil, e em alguma semana você vai ficar mais atarefado.

A única dica para isso é tentar trabalhar dobrado: se o objetivo é ter um vídeo na semana, faça dois conteúdos.

Se em uma semana você não tiver tempo de criar, haverá conteúdos prontos. A linha editorial também ajuda a revisar isso.

Abrace a fase de aprendizado

A grande verdade é que somos exigentes de mais. E nos julgamos de mais. Queremos atingir a perfeição no voo antes de começar a bater as asas.

Apesar de ser extremamente bom no que você já é, é preciso admitir que isso não quer dizer que você sabe criar conteúdo.

Pegando o mantra da Carol Dwek, no livro “Mindset“, as coisas vão fluir mais se aceitarmos o erro como parte do aprendizado, e curtir o processo, até que isso faça parte do nosso cotidiano. Assim como na música, os artistas precisam ter um certo grau de exigência, mas aceitar um certo nível de finalização nas músicas, pois se quiserem fazer algo perfeito, simplesmente não vão lançar nada.

Em outras palavras, coloque-se na posição de aprendizado e aceite que eventualmente algum conteúdo conterá um erro de conceito, de edição, ou até de português.

Considere escrever para um nicho

Nicho

Aqui posso dar um testemunho: no blog da React falamos muito sobre marketing e sobre inbound.

E isso é chover no molhado, no mesmo exemplo da Resultados Digitais, correto? Errado! Desde quando a React nichou para educação em 2019, todo conteúdo lá é voltado para esta área. Então falamos sim sobre inbound marketing, mas falamos sobre aplicar o inbound na Educação, em instituições de ensino. O conteúdo engaja muito mais, e chega a alcançar boas posições no Google, gerando negócio para a minha agência.

A grande verdade é que a maioria dos assuntos são batidos. A internet é uma infinidade de conteúdo.

Mas se você escrever para o seu nicho, e do seu jeito, todo conteúdo é novo.

Pense no próximo, e doe muito!

O grande erro em criar conteúdo é falar muito de si e pouco do próximo. 

Já vi empresas com blogs em que os únicos conteúdos eram notícias sobre o próprio umbigo:

  • Nossa empresa X fecha contrato com a Vale;
  • Nossa empresa X ganha o prêmio Nobel da paz;
  • Nossa empresa X licencia patente;
  • Nossa empresa X… chato né?

É claro que “deixar o galo da empresa cantar” é bom, mas somente até certo ponto.

Pense em qualquer infoprodutor de sucesso, que é líder em um determinado nicho: Agora vá a um canal dele e veja o quanto ele doa de graça.

O Pedro Sobral, por exemplo, faz lives todas terças feiras sobre gestão de tráfego. Não faz sentido nenhum comprar a comunidade dele sem ver nenhum vídeo gratuito no canal dele antes, pois com o conteúdo que tem lá já é possível ter alguns resultados iniciais. Porém, se você acompanha as lives, implementa, e acaba pegando confiança de que gestão de tráfego é pra você, de quem você vai comprar um curso de tráfego quando for a hora?

Seja instituições de ensino ou influenciadores digitais: quem tem resultados fora da curva, se doou fora da curva para seu próprio ecossistema.

Não se importe com o que vão pensar de você. Ponto final.

Precisamos pensar no próximo, é verdade. Mas precisamos pensar em como ajudá-los, e não como agradar a todos.

Isso não quer dizer que é necessário ignorar bons conselhos, ou críticas construtivas. Mas é preciso relevá-los.

Zombações, zoeiras, críticas desnecessárias e até elogios podem atrapalhar o profissional: em um dado momento, ao criar conteúdos você pode se encontrar dando mais importância para a aprovação dos outros do que o próprio trabalho.

Não sou tão religioso, mas existe uma oração que faz muito sentido para mim, que é a oração da serenidade:

“Deus, conceda-me serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso, e sabedoria para reconhecer a diferença.”

Podemos escrever melhor e criar vídeos melhores. Isso está no nosso poder de modificar. Mas a opinião dos outros não está no nosso poder de modificar. Essa é a diferença.

Somente as outras pessoas podem modificar a opinião delas sobre nós. Isso simplesmente não está no nosso poder. Nesta lógica, é preciso refletir se você se importa de mais com a opinião dos outros, a ponto disso te prejudicar.

Você não precisa da aprovação de outros especialistas para criar conteúdo no mercado. Você também não precisa se preocupar se os seus amigos vão te chamar de blogueirinho ou blogueirinha.

Simplesmente faça o seu jogo, pense no seu longo prazo. Crie conteúdo para promover você e ajudar quem precisa dos seus serviços ou do seu conhecimento. Ponto final.

O principal: alocar recursos (tempo ou dinheiro)

Reserve tempo e dinheiro

Nas mentorias que fiz nessa jornada, vejo empresas travadas pois gostariam do resultado, mas não estão prontas para alocar recursos.

Como você quer criar conteúdo, se você não dedica tempo da própria agenda para fazer isso? Como você quer ter vídeos no YouTube na sua empresa se o computador do rapaz do marketing nem aguenta o software de edição? E o software de edição, você já comprou a licença?

Tudo se trata de alocar recursos. Não há projeto sem investimento. Então se no momento você não pode alocar nem tempo nem dinheiro nos planos de criar conteúdo, pode ser que esta simplesmente não seja a hora.

Mas se é a hora, eu quero ouvir você! Quais são os obstáculos que você enfrenta hoje para criar conteúdo e se posicionar no mercado?

Obs: agora vou lá no blog da Suzana ver se ela postou :)

Artigos relacionados:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Precisa conversar?